quarta-feira, 16 de setembro de 2009



Porque nem tudo é sobre romance, mas tudo, tudo
é amor.

terça-feira, 1 de setembro de 2009


Lembra quando perdíamos nosso tempo desenhando? Árvores, estrelas, pessoas, praia. Expressávamos o que não sabíamos que existia. Hoje, ainda não sei o que sinto e já não sei como desenhar algo tão irreal. Mas porque tudo isso? Um ato, um afeto - ou a falta tudo que queremos por aqui. Pensamos de mais, de mais, de mais, de mais, de mais sem sair do lugar. Nossas vidas continuam as mesmas. O mesmo sol, a mesma lua, o mesmo tempo. Já não gosto disso. O sol arde meus olhos, a lua me chama para uma visita e o tempo não passa e nada acontece - a não ser o fato de tudo estar em constante modificação. Mas passa, o tempo todo o tempo passa e a cada tempo perdido é uma chance de mudar desperdiçada. E como fazer diferente? Fim? Não pode, não pode pelo aperto inocente em meu coração, pela uma lágrima seca em minha face. Interferir no tempo não é o ato mais inteligente, o desespero não é inteligente. As emoções não são inteligentes e em alguns casos, nem mesmo a razão. São só palavras. Valor que damos à desenhos que criamos e repetimos sem parar e sem motivo algum. Valor que damos à vozes que nada dizem. No fim, o que importa é o que ficou e nada do que eles querem ficará para mim. Repito todos os dias em uma constância viciante: porque não podemos viver só de amor? Sim, sim, amor e nada mais. Pra que mais? Amor de verdade e mais nada. Eu e ele. Eu e ela. Ele e ela. Se me sinto em paz ao teu lado, porque preciso de mais? Pra completar. Porque preciso de tempo? Pra conhecer. Porque preciso de fim? Para.

E agora o gato quer morder minha mão.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

para ler ouvindo: The Beatles - Yer Blues

É que eu estava lá, sentada. Tinha acabado de chegar e como sou tão eu, era normal ser a primeira entre as quatro. Tinha um sorriso em meu rosto que eu não compreendia, um casal ao meu lado que invejava a qualquer que passava, um cigarro em minha mão e um copo de vinho a minha frente. Ainda sorria, apesar da expressão blasé.
Ficava eu observando, observando os carros, quem chegava, quem saia da loja em frente e o que comprava - as criticava pelo mal gosto. Observava o casal ao lado que agora, brigavam pelo tipo de champanhe que cada um queria - ele cedeu, e escolheram aquele que ela queria, para mais tarde, ele escolher o que ele queria na cama já que ele era homem e ela uma putinha qualquer. Também ria deles, finjindo a perfeição.
O telefone tocou, era uma mensagem da amiga:
- Não posso ir querida, surgiu um imprevisto aqui, desculpinha!

Também, já sabia eu que as quatro juntas de novo, só por milagre. Havia brigas e o ser humano é incapaz de perdoar e parece nunca perceber que insiste nos mesmos erros. Passado é passado, viver com raiva não leva a nada, queridinha.

Agora era oito horas da noite... "Duas horas passadas e ninguém chegou", quando outra mensagem chegou:
- Ai amor, onde você está? Estamos te esperando aqui em frente ao Shopping, não vem?
- Shopping, mas que infernos...?
- Ah esqueci de te avisar, a gente vai lá no show do Roupa Nova. Vamos?
Ignorei, mas era sempre assim. Pra que falar que já estava lá, que já tinha terminado com uma garrafa de vinho e faltava dois cigarros para terminar aquele maço? Não, eu esqueço. Há nada que posso fazer... Brigar? E aí então, com quem vou sair? Quem vou chamar quando quiser amenizar pelo menos um pouco essa solidão que me mata a cada dia mais? E afinal, elas não iriam mudar os planos por mim.

Era meia noite quando me expulsaram do café, era meia noite e quinze quando arrumei um táxi, era meia noite e trinta e quatro quando cheguei ao bar. Era meia noite e trinta e seis quando avistei as quatro sentadas com suas cervejas e amantes por perto.
Era meia noite e quarenta quando elas viram o ódio em meus olhos e ouviram o quanto as odeio. Era meia noite e cinquenta quando pude, enfim, sentar sozinha em frente ao bar e encarar o fato de que nada disso serve para mim.

domingo, 19 de julho de 2009


"Era só fome o que eu sentia, fome. Uma fome horrível, que poderia chamar de carência, necessidade, impotência, frustação, vazio, a qual me obcecava, roendo-me, e que logo iria me engolir.
Era ela que arruinava meus dias, que corrompia minhas noites, mantendo-me acordada por longas horas e malditas horas, longas horas de tortura, nas quais eu poderia encontrar algum alento, mas que descoloriam o amanhecer e o céu, que contaminavam as músicas mais alegres, transformando as melodias para dançar em marchas fúnebres, filmes cômicos em tragédias gregas, natureza em deserto e meus sonhos em pó.
Era como uma febre, uma bad trip, uma crise de abstinência, essa fome impossível de ser saciada que me possuía.
Eu detestava minha vida."

"- Quero trabalhar no cinema?
- No cinema... Porque? Pra ficar rica, famosa, pra que amem você?
- Não.
- Por quê?
- Pra mudar de vida. A cada papel. Mudar de pele. Mudar de passado. Mudar de nome. Mudar de história. Mudar de rosto. Eu detestei minha vida, quero experimentar outras."

Lolita Pille, em Bubblegum.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

para ler ouvindo: Los Hermanos - Eu Vou Tirar Você Desse Lugar

Sou tão feliz quanto uma puta.
Sinto orgulho da minha vida como uma puta.
Porque todos temos sonhos, todos queremos sucesso e ser alguém reconhecido por sermos simplesmente nós.

Vivo como uma puta.
Sempre esperando o próximo cliente. Deixarei ele tirar tudo o que resta de mim, fazer o que quiser de mim, pois afinal, é para isso que sirvo: nada mais do que algumas poucas horas.

Minha felicidade não dura mais do que poucas horas.
A gente vive sabendo como quer viver, cresce sabendo e quando chega o momento de conquistarmos tal sonho, tudo acaba. Mas já somos crescidos, já sofremos antes e continuamos sofrendo sem parar nenhum segundo se quer e quando tudo desmoronou, nada mais importa.

Você tem trinta anos e mora com os pais.
Você não tem pais, esses aí são como dinheiro vivo e garantem uma moradia e roupas. Você quer aprender a viver sozinho, ter uma casa e uma vida, mas como?

COMO?!
Como arrumar coragem se tudo que quer pode ser pedido? Como ter coragem se o mundo está lotado de perigos? O que resta é esperar. Ir levando, ir bebendo, ir fumando, ir tentando entender, afinal

PORQUE NÃO PODEMOS VIVER SÓ DE
AMOR?


movimento hippie mode on.
vida woodstock mode off.


quinta-feira, 18 de junho de 2009



Faz tanto tempo que não escrevo que já não sei como começar um texto. As histórias ainda fluem, cada dia tenho uma nova, mas para passar para o papel é um sacrifício - não vai, não flui, não anda. Só fica lá esperando, mas ainda não sei pelo que.

Estou perdendo minha cabeça, estou perdendo tudo que fui um dia e parece que isso é tão normal - crescer, amadurecer- , mas está me fazendo um mal inexplicavel. Eu saio, eu como e até dou risada ás vezes, mas só saio acompanhada, como por não ter o que fazer e dou risada de desespero. Elas devem pensar que estou melhor já que aparentemente, estou. Eles já perceberam a diferença, mas nada podem fazer e é aqui tá o problema: não há pessoa no mundo que me fará sentir melhor por mais de um mês. Não há presente e nem mesmo palavras para tal fato acontecer, e sendo assim, eu sinto um ódio incrível por mim.

domingo, 31 de maio de 2009


Você sempre soube que nunca te amei, todo mundo soube. E por não te amar, queria que você me odiasse fazendo tudo aquilo que não queria e como somos tão diferentes isso ficou fácil. Desde que te vi, quis arruinar sua vida. Você representa para mim todas aquelas pessoas que odeio, não suporto e me fizeram sofrer, então chegou a sua vez. Ainda não sabendo seu nome inteiro, conheci sua família - pais, tios e avós. Fiz de tudo para ir só pelos 'nãos' que você me dizia e sentia um prazer enorme em te contrariar fosse por atos, palavras, roupas e música.
Depois, fiz você se apaixonar por mim e dão deu certo e foi tão rápido que até me assustei. Um susto bom. Em um mês de finais de semanas inesquecíveis para você, já estávamos namorando. Quando pediu, eu ri. Fazia parte do plano, tudo que houve, fazia parte do plano.

Algum tempo de pois e você já estava em minhas mãos mesmo eu nunca dizendo que o amava. Lhe dei meu beijo mais quente para que quando você chegasse ao ápice de querer mais do que beijos e carícias, eu voltaria pra casa. Te dei tudo o que queria, de corpo e material só para no fim ver sua queda.

E consegui e sorri e gargalhei - entenda rapaz, eu fui feita pra ser sozinha e machucar os outros, nada mais.

Hoje você (ou esta pessoa na qual eu te transformei) tem outra. Outra esta que realmente te ama e te quer mesmo não sabendo quem você é. E você? Você só pensa naquele corpo e naquele dinheiro que ela tem. Eu te transformei em um mostro. Logo vocês terminarão por você só querer sexo, drogas e nada mais - é, nem música boa. No fim, você vai ter uma crise de personalidade incrível e se lembrará de mim, e finalmente, vai me odiar e nesse dia eu ficarei em paz.

(uma história veridica, fanstasiada para ter graça)

sábado, 30 de maio de 2009














(enquanto isso, na psicóloga:)
- E você se sente só nesses dias?
...
- Acho que sempre me sinto só.

quarta-feira, 27 de maio de 2009



Sim, eu quero atenção.

Não vivo sem ela e sou capaz de qualquer atitude para tê-la. Capaz até, de ser igual a você. É você, que tantas e tantas vezes se fez de coitada, caiu no chão, só pela maldita atenção. Afinal, quem gosta de ser ignorado, excluído e assim, tão facilmente esquecido?

Farei o que me pedir e não sou de mentir, esquecer e trair acordos. QUALQUER COISA, das mais simples às mais bizarras, desde que você se lembre de mim. Sairei com você por aí e iremos a qualquer lugar, colocarei a roupa que me pedir. Um vestido vermelho combinando com uma bota amarela e cabelo com mechas azuis.
Primeiramente tentarei de agradar, serei simpática e darei meu mais belo sorriso tentando lhe mostrar que sou importante, feliz, decidida e segura para assim, ficarmos amigas e nos usarmos de um jeito a conhecer outras pessoas, pessoas importantes e finalmente, entrar nesse mundo onde meu rosto, estará nas capas das melhores revistas. Sou capaz de sair de lingerie, em meio centro da cidade causando acidentes e fazendo aquele homem, te esquecer. Quem lembraria da sua esposa obesa espinhenta e de cabelo crespo ou da sua família, que mais parece a FatFamily de uma forma bem piorada economicamente, enquanto EU estou passando (com ou sem lingerie)?

Se não for assim terei dó de você, querida, pois tornarei sua vida num verdadeiro pesadelo.

texto completamente
baseado nos livros
da Lolita Pille

sábado, 23 de maio de 2009

para ler ouvindo: Radiohead - Paranoid Android

Ela dormia sozinha naquele quarto, todo dia. Seus pais estavam no quarto ao lado, com a porta trancada. Naquela noite ela decidira obedecer a mãe e foi dormir cedo... Bem, pelo menos foi pro quarto.
As horas haviam passado e já era uma e meia da manhã , Clarice não dormiu, como de costume. Estava com a luz apagada, fones no ouvido e gastando a bateria do celular, jogando.
Sempre sentiu medo. Medo de alguém acordar e dar bronca, mesmo porque, para ela, nada é como é pra você. Em cada sermão sentia seu corpo indo ao chão, sendo chutado por cada olhar de desprezo; medo do que poderia fazer consigo mesma. Medo, medo e mais medo. Paranóia. Pensava nisso todo dia, toda hora - inclusive naquela.
Mesmo com música nos seus ouvidos ela escutava o barulho na rua, mas naquele momento, escutou alguém a chamar; isso acontecia umas três vezes por noite, porém agora foi mais real, realmente sentiu a voz.
Clarice pausou o jogo, pausou a música e levantou os olhos, acendeu o abajur. No fundo, sabia que era fantasia sua, feita por sua imaginação, mas naquela noite, ela iria dormir não só com a porta trancada e as janelas fechadas, mas também com a luz acesa.

- isso que começou, a equiszofrenia.
texto de alguém bem paranóica.


quinta-feira, 21 de maio de 2009

para ler ouvindo:
Cachorro Grande - Na Sua Solidão

Pensativa, como se tudo estivesse voltando. Escrevendo como quem respira. A todo tempo, a toda hora. É um vício que sinto em meu sangue, uma vontade de não parar e ser reconhecida por.
Ligo o computador, vou à cozinha e pego um pacote de bolacha. Sento e começo - o teclado não ajuda, muito menos o mouse.
Começo a conversa, faço as coisas mais simples e vem a palavra. Abro o Word e começo a escrever. Escrever nada com nada, não há o que contar e não sou boa para criar histórias pois preciso de uma base real.
Com os olhos grudados ao monitor, a conversa sendo evitada por um motivo não-lógico, abro o pacote. Não sei o que escrever, as notícias do mundo não me agradam, as fofocas não me importam. Quero escrever algo que os faça sentir. Quero impressionar. Quero que gostem, mas, mais do que isso, que sejam sinceros.

Pego a quinta bolacha pensando em como esse texto está um lixo. Desisto e começo a ouvir, atualizar e conversar.
Lembro-me que ontem fiz um texto assim, curto, do meu jeito. Mas não gostei; A música que vi ontem é a primeira a ser tocada e me relembro do assunto que me assusta. Estou só e agora, passando mal.

Uma hora depois, a bolacha acabada, a página em branco e aqui, só o silêncio.


quarta-feira, 20 de maio de 2009

















Quero você aqui do meu lado
Sentir o conforto do teu abraço
Enquanto umedeço tua camisa com uma lágrima

segunda-feira, 18 de maio de 2009


Mesmo depois de um ano, ainda penso em você. Volto pra escola em um pedido de amiga e refaço todo aquele caminho: a subida, a sorveteria, a praça, sua rua e o colégio.

Fecho o portão de casa e vou caminhando neste asfalto que me mata - meu All Star sujo também não é o melhor tênis para tal lugar. Chego à avenida e por ela passo sem ao menos olhar para os lados, mais algumas ruas e percebo a sorveteria fechada e sua ausência.

- Ainda são dez horas da manhã guria, se toca.

Desço mais e sempre olho os caros, vendo se em algum deles, há você dentro. Mas não tem nada. Vejo a praça, não ando em cima do mato e acabo chegando a sua rua, com aquela vontade que nunca acontece de te ver dobrando a esquina. Mais caros, e nada. Entro na escola e desencano, mais uma vez.

Fiz o que tinha que fazer, falei o que tinha que falar e voltei.

Ainda penso em você. Ainda procuro seu rosto entre a multidão e por sorte você nunca está lá. Os carros ainda passam - não sei porque, espero que um dia parem - e neles não te vejo de novo. Mas vejos rostos nesses carros, rostos que já não me importam.

escrito no dia 27/04/2009
(acabou, passado, is over - mas adoro o drama)
A música começou a tocar. Eram nove horas da manhã depois que a rotina fora quebrada, sua mãe estava no banho, a vizinha na cozinha, o pai acabara de chegar da rua. A emprega estava lá fora com as roupas. Ele, deitado na cama.
Sobre a música não se conhecia a melodia nem o compositor. Aquela voz, nunca havia escutado. Era uma letra clichê, sobre qualquer amor perdido cantando por um homem. Sua mente começou a seguir a suavidade da voz e lágrimas começaram a cair.

Por um instante, se fez silêncio. Escutava-se a mãe deixando a àgua misturar com suas lágrimas, a vizinha deixando de lado a panela para sentar com a mão no rosto, o pai que fechou a porta e deslizou por ela até chegar ao chão. A empregada num choro silencioso e ele. Por esse instante, o mundo parou pra chorar.

Chorar pelo que viria, pelo que passou - por todas aquelas coisas, pelo que deixaram de fazer, amar. Odiaram seu jeito de criticar, reclamar, odiar, menosprezar e desrespeitar.

QUERIAM VIVER.

Dizer a cada um como seu amor era grande por você. Falar para aquela mulher que ele é dela, que deste a traição e o rompimento, ele só pensa nela... Mas sabia que, apesar dela sentir o mesmo, não haveria volta.
Ela, do outro lado do mundo, chorava por ele. Decidiu-se mudar para esquece-lô, mas não adiantou. Perguntava-se porque, Deus, ele fez isso com ela. Eram felizes, tinham planos. Mas não o queria o ter de volta, apesar de quere-lo só para ela.

Cada um por seu motivo, mas tudo se resume a uma palavra dita, outra que não achou coragem pra dizer; um ato, ou a falta dele.
Cada um por alguém: filho para mãe e o inverso; um ladrão que roubou pela primeira vez só porque precisava do dinheiro para comprar o remédio para sua mulher, e foi pego; um suicida que fez de tudo para pensarem que foi assassinado pelo seu melhor amigo.

A música voltou e o rádio: desculpem, problemas já consertados aqui no estúdio; E assim ele levantou da cama e seus pais estavam conversando sobre o programa na TV que falava sobre... Nada.

Agora era nove e cinco da manhã e sendo assim, o garoto foi viver - ou parte disso. Chegou ao trabalho ás dez, almoçou á uma e voltou ao trabalho. Estava em casa ás sete da noite e seus pais, como de costume, já tinham chegado. Ela lendo, ele no jornal. Jantaram e cada um foi para seu canto.

O garoto, pro bar.

quinta-feira, 14 de maio de 2009



E quando estiver chorando, limparei tuas lágrimas e beijarei teus olhos para, assim, tentar cicatrizar tua alma.
you're my
Nice Dream

Um dia, meu amor, a gente vai se ver e a partir daí, tudo vai mudar.
A certeza será absoluta quando te olhar nos olhos, e ver tua alma que já conheço tão bem. Sentiremos os corações batendo em sintonia, nos abraçaremos e o mundo a nossa volta parará. Teu beijo me fará esquecer de qualquer defeito do mundo. Estar contigo será meu paraíso, minha calma, minha paixão, minha paz.

Vamos rir até chegar o sono e fecharei meus olhos com o sorriso mais puro e verdadeiro que já se viu - mais do que de uma criança. E no último momento, serei a última a subir no ônibus e enquanto ele não sai, ficaremos nos olhando rindo e chorando e fazendo caretas, já sentindo falta de nossas mãos juntas. Desenharei um coração que o fará rir pela minha insistência em te mostrar o quanto o amo.

Ao voltar pra casa, pensarei em você e tudo que aconteceu. Logo mandarei a mensagem dizendo que não vejo a hora de te rever, e você responderá dizendo que está a caminho.

A GENTE VAI CASAR. Passaremos anos juntos, agüentando minhas paranóias e suas mudanças de personalidade. Brigaremos de mais e ficaremo em paz após uma noite de puro sexo.
Todo dia chegarei ao teu ouvido e direi que o amo, que você é o meu guri. Responderá me pegando na cintura, me jogando na cama, me beijando e dizendo que hoje o café da manhã é você quem faz e é para eu ficar lá que logo traria meu leite e minhas bolachas.
Teremos filhos, um menino e uma menina; um adotado, o outro não: ambos nossos. Cada um escolherá um nome, os dois serão apresentados à música logo cedo e viveremos assim, os quatro (mais o gato, o cachorro, o coelho e o peixe, cada um pra um), jantando sempre juntos, nos momentos de falar do primeiro beijo e no momento de explicar que o primeiro amor, nunca é pra sempre.

No fim, seremos bisavós e moraremos sozinhos. Na casa sempre tocará música e na varanda terá duas cadeiras que balaçam, onde todo fim de dia sentaremos para ver a lua, eu e você.

domingo, 10 de maio de 2009





- quando chega a noite e você pode chorar.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Mas todo esse interesse não é minha culpa. Sempre fui a mais atenciosa aos problemas pessoais do que aos financeiros, foi você quem começou com essa história de eu não falar da minha vida e só a procurar quando quero sair. Mas é mentira, pura mentira. A verdade, amor, é que eu não posso deixar de sorrir.
Logo quando paro, lá vem você voltando com esses assuntos que é uma falsa de idéia de quem sou; quando sou feliz, você não vê o jeito que te trato, o abraço. Só liga quando não o faço, e aí já não sou eu quem tem que mudar e sim você. Dizem que antes de vermos o que há de bom nos outros, vemos os defeitos e esses mesmos defeitos são os que há em nós, já pensou nisso envolvendo nosso relacionamento? Desculpe-me, mas a errada desta vez não sou eu, e sim você. E eu não posso ser tudo o que quer, ‘não consigo ficar alegre o tempo inteiro’, mesmo sabendo que quando triste, derrubo toda a casa comigo – o que só me faz ficar pior.
Enfim, está na hora de você, querida, rever como me trata e não o inverso. E o fato é que eu sempre te amei por ser quem é, não por ter me acostumado ao seu jeito de ser, mas simplesmente por ser quem é e quando olho ao meu futuro e penso se serei como você, não há medo ou raiva, mas sim um sorriso.

domingo, 26 de abril de 2009

A falsidade core solta entre minhas veias, sinto-me contaminada pelo pior veneno da sociedade, a tal hipocrisia.

Sorrio para minha mãe, aceito-a como é por puro interesse e ela não é diferente comigo.

- Mãe, eu te amo... Me dá dinheiro?

Com meu pai, nem tanto – nem o vejo. Mas o jeito de dizer ‘sim’ à todos quando mais se quer é dizer ‘não’ e tudo para não vê-los chateados. Afinal, para que deixa-los tristes se eu posso ficar assim também? Que caia tudo em mim, amém.

Com o -, nem se fala. Já nem tem sentimentos, não gosto não odeio, respeito. Respeito e convivo por pura consideração à outra – ou talvez seja o medo de fugir e não conseguir nada de diferente do que é aqui.

E este sangue dentro de meu braço, esse sangue contaminado faz com que eu tenha vontade de jogá-lo longe de mim. Limpar tudo de errado que há nele, fazer uma transfusão e pertencer a outro lugar.

Não importa onde, desde que não seja aqui, desde que tudo acabe de um jeito diferente.

Tudo que faço é para me machucar. Essas feridas nunca hão de cicatrizar, já cansei de esperar e algumas – ou mesmo muitas – a mais não farão diferença.

Minha pele está apodrecendo, veja os buracos negros espalhados por todo meu corpo. Veja, toque e sinta! Não dói, nada mais dói, acostumei e ainda sim sua mão chega a um centímetro de minha podridão, e se vai.

Você, fraco como é sai correndo com as mãos tampando as lágrimas, e eu... E eu?! Ah, eu dou risadas, gargalhadas – é da sua cara mesmo, da sua cara querido leitor. Você que lê e pensa que entende, pode até chegar a sentir dó, mas no fundo você é um filho da mãe que não presta pra nada e fingi não saber disso. Eu que tenho dó de você por ser assim, tão você.

quinta-feira, 2 de abril de 2009



Só por hoje, pense diferente.
Se sempre acorda as oito e toma o café preto vendo o jornal da manhã, levante as duas e saia de pijama na rua com a faca cheia de manteiga e o pão na mão. Se não cansa de ver o lado ruim das coisas boas, veja o lado bom das coisas ruins. Se tiveres medo de sair quando o sol ainda se esconde, saia. Se não sabes para onde ir, vá. Se há uma escolha, espere. Se há pressa, pare. Se não sabes o que fazer, não pense. Se não existe, crie. Se amar, odeie, se odiar, ame. Olhe para céu agora, mas digo para olhá-lo. Sinta quem és. Largue a televisão. Vá para Marte, Júpiter e porque não, pra Plutão ou pra Lua? Se infiltre num mundo que nunca esteve. Imagine para tornar-se real. Se há a preguiça, acorde. Se há luta, vá à rua. Viu-se o desrespeito, indague. Ouça a música, dance e cante. Observe os detalhes. Olhe nos olhos. Mate aquele pernilongo que sempre o incomoda e sinta a pequena glória de ser um vencedor. Perca, chore, grite e se desespere. Recomece. Lembre-se. Volte para trás, mas tenha forças para esquecer o que não pode mudar. Ouça aquela banda que não suporta. Sofra, você merece. Sorria verdadeiramente.
E só por hoje, seja você sem ter medo e sinta orgulho.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Voltava do curso ouvindo uma música qualquer, estava tão bem naquele dia. Sempre andava quase caindo, ria sozinha e cantava uma música qualquer, quando alguém passava ao seu lado, disfarçava rindo ainda mais. Mas houve aquele dia em que quase parou, só para observá-lo. Era uma criança, dez anos ou menos com bicicleta de rodinhas, azul e com uma buzina engraçada que ele sempre apertava para ver sua mãe irritada e assim como ela, ria sozinho, escondido. Deveria estar por lá, na calçada oposta a dela, pois era só até onde sua mãe permitia – era pequeno, dar uma volta no quarteirão está ótimo. Eles chegaram naquela rua no mesmo instante, ele já chamou sua atenção já que ela nunca teve coragem de andar na rua de bicicleta, agora, acho que o garoto nem a viu e era melhor assim, se sentiria constrangido pelo tanto que ela o olhava e ficou encantada quando ele deixou a bicicleta azul jogada na calçada para pegar acerolas da árvore. Quando ela estava o deixando para trás, ele surge já em cima do veiculo, voltando pra casa.
Ela ficou com ele na cabeça por dias. Não que era pedófila ou algo assim, só imaginava uma bela história com qualquer momento e esse garoto parecia um aventureiro para ela, alguém que deu seu primeiro passo como um. Saiu de sua casa para se aventurar em uma rua cheia de carros e motos, a alta velocidade. Até que encontrou a árvore e precisou levar parte dela para mostrar o vencedor que era.

domingo, 15 de março de 2009

domingo, 22 de fevereiro de 2009

E foi lá que sua vida mudou, naquele momento. Nem um segundo a mais nem um menos. Dia vinte de fevereiro de dois mil e nove, depois de tanto tempo sabia o que escrever e como escrever, mas não o fez. Era noite e queria obedecer a mãe - tirando o fato de ter que colocar as conversas em dia. Decidiu deixar para o outro dia, onde não teria nada a fazer e ninguém a obedecer. Errou. Algo aconteceu com ela, teve um certo medo e não se sabe do que. Talvez de não saber como escrever, talvez de pensar que está errada e por isso o dia se passou sem palavras.
E de novo sentiu que era verdade, no dia vinte e um de fevereiro de dois mil e nove no turno da noite simplesmente desabafou, disse tudo que precisara contar e assim se fez satisfeita consigo mesma pelo menos uma vez.
Devem ter notado o estado mudo em que estava, mas era isso, algo que nunca pensou que sentiria e não entendia quando falavam que isso existia. Depois, pensou em se afastar, talvez conversar com alguém, mas não conseguiu. Nenhum assunto chegava a sua mente - pelo menos nada que queira falar - e sentiu medo, muito medo de perguntar qualquer coisa e de novo não entendeu o porque. Provavelmente a ausencia.
A melhor parte do dia foi o começo do outro. As duas ali, conversando. E acha impressionante o fato de falar tudo para a outra, tudo. E vice e versa. A confiança ali, qualquer um poderia ver. Talvez a verdade seja assustadora, talvez discordamos ou encoragemos um ato, mas nunca, nunca terá fim.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Adultos estragam tudo, vão tomar no cu bando de hipócritas!Quando somo crianças vivem ensinando a fazer o certo, como ser uma boa pessoa, um bom filho, um bom amigo e uma boa pessoa para se namorar, vivem falando sobre usar o filtro solar. E quando chega a hora de demonstrar o quanto somos bons, o quanto sabemos usar o tal filtro solar, em todas as questões, eles não acreditam e pior, não deixam e não apóiam. VAO TOMAR NO CU. Se Deus quiser, ou mesmo se não quiser, nunca serei igual aos adultos que conheço.
Não entendo o motivo de ter que ficar em casa, não entendo não poder ficar fazendo o que gosto o dia inteiro, não entendo o porque dormir cedo e acordar cedo em plena férias e principalmente nessas férias que quando acabarem, puta que o pariu, vai ser foda. Eles deveriam confiar mais. Pelo menos se fizessem isso comigo, seria melhor ate pra eles. Se confiassem mais, não teria motivo pra ficar no computador o dia inteiro só para vê-los estressados. Se confiassem mais, não passaria cada hora que passo na frente da televisão ou do computador imaginando quando viriam reclamar e me mandar fazer algo de útil. Se confiassem mais em mim, eu confiaria mais em mim. Sou aquele tipo de pessoa que precisa(va) de apoio e coisa e tal para fazer algo, quando se é criança você é assim: Poe um objetivo e só o segue se mãe concordar. Por isso ferrei toda minha vida. Tem coisas que nunca perdoarei. E uma delas foram essas férias, saco. Se alguém tem paranóia, medo, guarde isso pra você, não deixe outra pessoa deprimida por suas inseguranças. Confie. Respeite. Quem sabe assim um dia poderia dizer que a amo.
p.s.: não me desculpo pelas palavras, há!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

É quando bate aquela saudade, aquela paranóia somente porque a rotina foi quebrada. Essas coisas sempre foram estranhas por isso nunca pareceram reais, mas sempre eram e não é diferente desta vez. Ou melhor, é diferente porque é verdadeiro também. Porque o espero debruçada na janela olhando a rua sabendo que o verei daqui a cinco minutos. E ele sabendo que estarei lá, sempre. Ta, sempre não, diremos que até ele decidir vir de vez.
Antes eram apenas os olhares; depois passou a ser o sorriso e os olhares; depois o ‘boa noite’, o sorriso e os olhares. Hoje em dia é um beijo e um ‘volto mais tarde’. E sempre volta. E ficamos conversando até a hora que quisermos, espantando a solidão. Já faz anos, quero dizer, meses, mas é como se fossem anos. E serão e ele sempre faz questão de dizer isso – sabe que me passa segurança apesar da incerteza que todo o mundo tem. Ontem ficamos lá fora até duas da manhã e ele disse que me ama, que quer casar e ter filhos. E se não for comigo a angustia fará seu coração sangrar eternamente. Um tanto dramático, eu sei/eu disse e ele sabe, mas gosta. E eu gosto mais ainda.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

domingo, 18 de janeiro de 2009

30/09/2008
E lá estava ela: entre tigres azuis de apenas uma orelha, leões sem juba e jacarés verdes com dentes de facas. Todos a olhando atentamente, “nenhum movimento brusco” ela pensou. Mas já não tinha saída. À leste, os tigres, ao oeste, os leões, ao sul os jacarés, ao norte árvores a esconder o horizonte.


18/01/2009
Acordou. Não que tenha dormido, só sonhou. Em cinco meses a imagem não saia de sua cabeça – pensava que algo deveria acontecer para então continuar a história, algo real. Esqueceu e foi pra escola. Não que tinha que estudar, mas andar.
Em direção ao prédio amarelo com o símbolo do colégio sentiu suas pernas tremerem, se apoiou rapidamente no muro e levantou. Caiu. Caiu no chão e em prantos, como poderia aturar tudo isso? Com as costas nos muros de plantas, os joelhos dobrados, cabelos caídos, mãos no rosto, lágrima nos olhos, mochila do lado, lá ficou.
Então o ouviu e se assustou: ninguém a viu chorar, porque a primeira vez seria um estranho? Levantou-se segurando sua mão, pegou a bolsa do chão disse um tímido ‘obrigada’ e se foi. Ele riu.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

"Isto é para quando você vier e sentir o temor de continuar procurando, mesmo já tendo ido longe demais. Ele deve ter lhe falado dos portos que visitou, do que viu pelo mundo, sempre um pouco mais além numa busca sem fim e circular, e do que trouxe para casa, não os objetos que passaram a assombrar a mãe depois da sua morte, mas o que lhe marcou os olhos para sempre, deixando-lhe aquela expressão que ele tentava disfarçar em vão e que eu apreendi quando chegou a Carolina na distração do seu cansaço, os olhos que traziam o que ele tinha visto pelo mundo, a morte de um ladrão a chibatadas numa cidade da Arábia, o terror de um menino operado pelo próprio pai, a entrega dos que lhe pediam que os levasse com ele, para onde quer que fosse, como se dele esperassem a salvação. Ele me disse que ninguém pode imaginar a tristeza e o horror de ser tomado como salvação por quem prefere se entregar sem defesas ao primeiro que aparece, quem sabe um predador, a ter que continuar onde está. E eu imaginei.
Ao contrário de você, a única coisa que ainda me pergunto é sobre o momento em que ele entendeu que estava perdido, quando passou a sentir que alguém pudesse ver nele a salvação, o momento em que entendeu que tudo podia ser ainda muito pior e que havia gente abaixo dele na sua escala de aviltamento. Porque talvez tenha sido esse o instante em que ele decidiu que desceria também, sempre um pouco mais, nem que fosse para lhes dar a mão. E quando precisou que eu lhe estendesse a minha, já não estava ao meu alcance. Penso em como são formadas as personalidades peculiares. Se são como as outras, se são como nós. O que pode ter passado um homem na infância para trazer uma cicatriz daquelas na barriga? Que espécie de sofrimento o pôs em sintonia com um mundo pior que o seu?"

bernardo carvalho_ nove noites