sexta-feira, 20 de março de 2009

Voltava do curso ouvindo uma música qualquer, estava tão bem naquele dia. Sempre andava quase caindo, ria sozinha e cantava uma música qualquer, quando alguém passava ao seu lado, disfarçava rindo ainda mais. Mas houve aquele dia em que quase parou, só para observá-lo. Era uma criança, dez anos ou menos com bicicleta de rodinhas, azul e com uma buzina engraçada que ele sempre apertava para ver sua mãe irritada e assim como ela, ria sozinho, escondido. Deveria estar por lá, na calçada oposta a dela, pois era só até onde sua mãe permitia – era pequeno, dar uma volta no quarteirão está ótimo. Eles chegaram naquela rua no mesmo instante, ele já chamou sua atenção já que ela nunca teve coragem de andar na rua de bicicleta, agora, acho que o garoto nem a viu e era melhor assim, se sentiria constrangido pelo tanto que ela o olhava e ficou encantada quando ele deixou a bicicleta azul jogada na calçada para pegar acerolas da árvore. Quando ela estava o deixando para trás, ele surge já em cima do veiculo, voltando pra casa.
Ela ficou com ele na cabeça por dias. Não que era pedófila ou algo assim, só imaginava uma bela história com qualquer momento e esse garoto parecia um aventureiro para ela, alguém que deu seu primeiro passo como um. Saiu de sua casa para se aventurar em uma rua cheia de carros e motos, a alta velocidade. Até que encontrou a árvore e precisou levar parte dela para mostrar o vencedor que era.

domingo, 15 de março de 2009