sábado, 10 de maio de 2008

“Sempre tive crises, mas aos 16 anos tomei consciência de que estava com depressão, que tudo ao meu redor estava desmoronando, pois tratava todo mundo mal. Em uma sala de 40 pessoas, eu, por exemplo, não falava com ninguém. Melhorei, mas aí tive uma crise séria há um ano, em um enterro em que passei muito mal [...] No meu quadro estou suscetível a cair de novo. São ciclos. Sei que quando fico triste tenho que reagir. Não é difícil eu mandar meu melhor amigo passear, não comparecer a compromissos, alguém vir falar comigo e eu tapar os ouvidos ou sair andando. Tenho crises de ansiedade absurdas [...] E o pior é ter de ouvir de algumas pessoas: “Sabia que prefiro você triste a explosiva?”
Não entendem, acham que você está assim porque quer, que é manha, falta de arrumar um trabalho pra fazer. Raramente converso sobre esse assunto com alguém, pois tomam isso como drama, acham que é putaria, não uma doença. Existe um pouco de preconceito, sim. [...] mas sei que é algo químico, que falta substâncias em meu organismo.”
revista mtv, nº. 36.

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