sábado, 23 de maio de 2009

para ler ouvindo: Radiohead - Paranoid Android

Ela dormia sozinha naquele quarto, todo dia. Seus pais estavam no quarto ao lado, com a porta trancada. Naquela noite ela decidira obedecer a mãe e foi dormir cedo... Bem, pelo menos foi pro quarto.
As horas haviam passado e já era uma e meia da manhã , Clarice não dormiu, como de costume. Estava com a luz apagada, fones no ouvido e gastando a bateria do celular, jogando.
Sempre sentiu medo. Medo de alguém acordar e dar bronca, mesmo porque, para ela, nada é como é pra você. Em cada sermão sentia seu corpo indo ao chão, sendo chutado por cada olhar de desprezo; medo do que poderia fazer consigo mesma. Medo, medo e mais medo. Paranóia. Pensava nisso todo dia, toda hora - inclusive naquela.
Mesmo com música nos seus ouvidos ela escutava o barulho na rua, mas naquele momento, escutou alguém a chamar; isso acontecia umas três vezes por noite, porém agora foi mais real, realmente sentiu a voz.
Clarice pausou o jogo, pausou a música e levantou os olhos, acendeu o abajur. No fundo, sabia que era fantasia sua, feita por sua imaginação, mas naquela noite, ela iria dormir não só com a porta trancada e as janelas fechadas, mas também com a luz acesa.

- isso que começou, a equiszofrenia.
texto de alguém bem paranóica.


15 comentários:

Larissa Pardal disse...

Nossa, bem profundo! rs Adorei o texto. Belo blog ;*

Mauro disse...

a primeira coisa que vem a cabeça é "que porra de endereço gigante é esse?"

hahahah

o texto quase fica em segundo plano, mas é muito bom...

Anônimo disse...

Gostei muito. Sou muito sincero. O texto tem bom teor literário. Se interessar em fazer parte do novo trabalho da Nova Coletânea, faça contato. Vamos editar um livro de textos coletivos em que estarão presente um bom número de autores do país. Conheça o projeto Nova Coletânea.
Abraços

Projeto de Inclusão Literária
http://www.novacoletanea.blogspot.com

Anônimo disse...

Gostei muito dos seus textos.Parabens...mas que nome de bloog gigante.srsrs

Anônimo disse...

Oi Renata,
Fico feliz com o seu retorno. Estou atendendo os autores no e-mail: brunoteenager@gmail.com.
Espero seu contato para te passar maiores detalhes.
Abraços
e
Saudações literárias

Mara disse...

sensações muito familiares.

Steph Ciciliatti disse...

super tenho medo do escuro e o estado de torpor deve ser o culpado por isso, é quando a gente nao esta nem dormindo nem acordado e fantasia jurando que é verdade.

Ja linkei, tá.
Beijos

Ingo disse...

Nossa parece um conto de terror hehe
Adoreiii

http://celtasim-h.blogspot.com/

Natane disse...

pq me indentifiquei??? Aposto que vc tbm... por isso que escreveu...
Eu adoro o jeito que vc escreve
*_*
*baba*

Anônimo disse...

Gostei bastante do final.
Quando revela que ela é uma esquizofênica.
Bem legal!
Texto ótimo...

Anônimo disse...

Achei Interessante, Muito Leghal o Texto, a historia fala de uma menina com problemas, mas esta meni na não é vc não neah?

A foto tá interessante, a foto que fez eu ler o texto todo, (foto tipo historia de Terror [:o]
Visita?
patocursos.blogspot

Anônimo disse...

Uma situação bem corriqueira.

carlos mendes disse...

interessante o texto é meio louco meio normal mas e normal a vida é assim

O Profeta disse...

No sul mora a saudade
No peito de mulher sem nome nem guarida
Que percorre a beira-mar entoando
Um chamamento de nostalgia

Porque o amor não se detém
Às vezes enlouquece a loucura
Tempestade ou bonança
Planta sedenta da ternura


Boa semana



Mágico beijo

Wander Veroni Maia disse...

Você escreve muito bem o lado psicológico dos personagens dos seus contos, parabéns! Infelizmente, muita gente não consegue vencer o medo que muitas vezes estão só na nossa cabeça.

Abraço