A falsidade core solta entre minhas veias, sinto-me contaminada pelo pior veneno da sociedade, a tal hipocrisia.
Sorrio para minha mãe, aceito-a como é por puro interesse e ela não é diferente comigo.
- Mãe, eu te amo... Me dá dinheiro?
Com meu pai, nem tanto – nem o vejo. Mas o jeito de dizer ‘sim’ à todos quando mais se quer é dizer ‘não’ e tudo para não vê-los chateados. Afinal, para que deixa-los tristes se eu posso ficar assim também? Que caia tudo em mim, amém.
Com o -, nem se fala. Já nem tem sentimentos, não gosto não odeio, respeito. Respeito e convivo por pura consideração à outra – ou talvez seja o medo de fugir e não conseguir nada de diferente do que é aqui.
E este sangue dentro de meu braço, esse sangue contaminado faz com que eu tenha vontade de jogá-lo longe de mim. Limpar tudo de errado que há nele, fazer uma transfusão e pertencer a outro lugar.
Não importa onde, desde que não seja aqui, desde que tudo acabe de um jeito diferente.
Tudo que faço é para me machucar. Essas feridas nunca hão de cicatrizar, já cansei de esperar e algumas – ou mesmo muitas – a mais não farão diferença.
Minha pele está apodrecendo, veja os buracos negros espalhados por todo meu corpo. Veja, toque e sinta! Não dói, nada mais dói, acostumei e ainda sim sua mão chega a um centímetro de minha podridão, e se vai.
Você, fraco como é sai correndo com as mãos tampando as lágrimas, e eu... E eu?! Ah, eu dou risadas, gargalhadas – é da sua cara mesmo, da sua cara querido leitor. Você que lê e pensa que entende, pode até chegar a sentir dó, mas no fundo você é um filho da mãe que não presta pra nada e fingi não saber disso. Eu que tenho dó de você por ser assim, tão você.
3 comentários:
muito bom o texto!
=]
Moça do blog.
cheira sinceridade suas palavras.
mas ainda sim acredito que alguém que "... não sabe o que escreve, e escreve o que não compreende" - é alguém que precisa,antes de tudo um pouco mais de calor, mesmo que esse alguém que possa lhe aquecer, seja "tão fingidor" e que não preste para nada, "tão ele" e você que você possa sentir dó.
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- Quantos pedaços tem aí dentro de
você?
Caramba e eu achava que eu é que era deprê...você escreve seus textos com sentimento, com a alma...te admiro por isso...passarei em seu blog mais vezes...
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