segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Seus olhos alcançavam pouca parte do céu – perto do infinito que o mesmo é. Enxergava somente poucas flores, os animais e as poucas pessoas que por ali passavam sem deixar, ao menos, um pedaço de carvão, uma chama acessa. E assim viveu por dez anos. Quando era criança, ainda brilhava quando havia festas, de uns cinco anos pra cá o fogo só é conhecido nas palavras. E por isso cansou. Não quer ficar lá parada observando o que nunca poderá tocar, ser. Por isso levantou, fazendo um barulho inexplicável acordando todos ao seu redor que assustados e curiosos levantaram mesmo no meio da noite, de pijamas e pantufas para vê-la superar seus medos, seu passado, seu verdadeiro ‘eu’.
Com os cachorros latindo, os gatos se escondendo e os humanos olhando, a tal chaminé foi até o quarto ao lado pegando tudo o que precisava, feito isso foi à cozinha. Voltando a sua origem, ligou seu próprio fogo e com uma lágrima no rosto, sorriu.

5 comentários:

s2 Raah s2 disse...

Belo texto, você escreve bem!
Ela sorriu, finalmente!


http://naosouemo.blogspot.com/

Ramon Assis disse...

Numa boa, anda no beck?
Ter uma ideia de criar um texto sobre uma chaminé lutando contra o seu próprio esquecimento, é muito insano.

ahuahaua
Rezitcha, sua cabeça é mesmo mirabolante.
Adorei o texto.
E ñ consegui rir do texto, só de sua cabeça.

Essa chaminé de fez lembrar de quando eu quis parar de esquecer o mundo e a mim mesmo, percebi q isso ñ valeria a pena, e tive um dia explosivo.

Esperando outro post.

Anônimo disse...

haha adorei o post
ti vi numa comunidade do orkut
bjus

vicky disse...

thanks pelo comment! muito legal seu blog! bjs *-*

velha usuária disse...

bato palmas