domingo, 22 de fevereiro de 2009

E foi lá que sua vida mudou, naquele momento. Nem um segundo a mais nem um menos. Dia vinte de fevereiro de dois mil e nove, depois de tanto tempo sabia o que escrever e como escrever, mas não o fez. Era noite e queria obedecer a mãe - tirando o fato de ter que colocar as conversas em dia. Decidiu deixar para o outro dia, onde não teria nada a fazer e ninguém a obedecer. Errou. Algo aconteceu com ela, teve um certo medo e não se sabe do que. Talvez de não saber como escrever, talvez de pensar que está errada e por isso o dia se passou sem palavras.
E de novo sentiu que era verdade, no dia vinte e um de fevereiro de dois mil e nove no turno da noite simplesmente desabafou, disse tudo que precisara contar e assim se fez satisfeita consigo mesma pelo menos uma vez.
Devem ter notado o estado mudo em que estava, mas era isso, algo que nunca pensou que sentiria e não entendia quando falavam que isso existia. Depois, pensou em se afastar, talvez conversar com alguém, mas não conseguiu. Nenhum assunto chegava a sua mente - pelo menos nada que queira falar - e sentiu medo, muito medo de perguntar qualquer coisa e de novo não entendeu o porque. Provavelmente a ausencia.
A melhor parte do dia foi o começo do outro. As duas ali, conversando. E acha impressionante o fato de falar tudo para a outra, tudo. E vice e versa. A confiança ali, qualquer um poderia ver. Talvez a verdade seja assustadora, talvez discordamos ou encoragemos um ato, mas nunca, nunca terá fim.