sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Adultos estragam tudo, vão tomar no cu bando de hipócritas!Quando somo crianças vivem ensinando a fazer o certo, como ser uma boa pessoa, um bom filho, um bom amigo e uma boa pessoa para se namorar, vivem falando sobre usar o filtro solar. E quando chega a hora de demonstrar o quanto somos bons, o quanto sabemos usar o tal filtro solar, em todas as questões, eles não acreditam e pior, não deixam e não apóiam. VAO TOMAR NO CU. Se Deus quiser, ou mesmo se não quiser, nunca serei igual aos adultos que conheço.
Não entendo o motivo de ter que ficar em casa, não entendo não poder ficar fazendo o que gosto o dia inteiro, não entendo o porque dormir cedo e acordar cedo em plena férias e principalmente nessas férias que quando acabarem, puta que o pariu, vai ser foda. Eles deveriam confiar mais. Pelo menos se fizessem isso comigo, seria melhor ate pra eles. Se confiassem mais, não teria motivo pra ficar no computador o dia inteiro só para vê-los estressados. Se confiassem mais, não passaria cada hora que passo na frente da televisão ou do computador imaginando quando viriam reclamar e me mandar fazer algo de útil. Se confiassem mais em mim, eu confiaria mais em mim. Sou aquele tipo de pessoa que precisa(va) de apoio e coisa e tal para fazer algo, quando se é criança você é assim: Poe um objetivo e só o segue se mãe concordar. Por isso ferrei toda minha vida. Tem coisas que nunca perdoarei. E uma delas foram essas férias, saco. Se alguém tem paranóia, medo, guarde isso pra você, não deixe outra pessoa deprimida por suas inseguranças. Confie. Respeite. Quem sabe assim um dia poderia dizer que a amo.
p.s.: não me desculpo pelas palavras, há!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

É quando bate aquela saudade, aquela paranóia somente porque a rotina foi quebrada. Essas coisas sempre foram estranhas por isso nunca pareceram reais, mas sempre eram e não é diferente desta vez. Ou melhor, é diferente porque é verdadeiro também. Porque o espero debruçada na janela olhando a rua sabendo que o verei daqui a cinco minutos. E ele sabendo que estarei lá, sempre. Ta, sempre não, diremos que até ele decidir vir de vez.
Antes eram apenas os olhares; depois passou a ser o sorriso e os olhares; depois o ‘boa noite’, o sorriso e os olhares. Hoje em dia é um beijo e um ‘volto mais tarde’. E sempre volta. E ficamos conversando até a hora que quisermos, espantando a solidão. Já faz anos, quero dizer, meses, mas é como se fossem anos. E serão e ele sempre faz questão de dizer isso – sabe que me passa segurança apesar da incerteza que todo o mundo tem. Ontem ficamos lá fora até duas da manhã e ele disse que me ama, que quer casar e ter filhos. E se não for comigo a angustia fará seu coração sangrar eternamente. Um tanto dramático, eu sei/eu disse e ele sabe, mas gosta. E eu gosto mais ainda.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

domingo, 18 de janeiro de 2009

30/09/2008
E lá estava ela: entre tigres azuis de apenas uma orelha, leões sem juba e jacarés verdes com dentes de facas. Todos a olhando atentamente, “nenhum movimento brusco” ela pensou. Mas já não tinha saída. À leste, os tigres, ao oeste, os leões, ao sul os jacarés, ao norte árvores a esconder o horizonte.


18/01/2009
Acordou. Não que tenha dormido, só sonhou. Em cinco meses a imagem não saia de sua cabeça – pensava que algo deveria acontecer para então continuar a história, algo real. Esqueceu e foi pra escola. Não que tinha que estudar, mas andar.
Em direção ao prédio amarelo com o símbolo do colégio sentiu suas pernas tremerem, se apoiou rapidamente no muro e levantou. Caiu. Caiu no chão e em prantos, como poderia aturar tudo isso? Com as costas nos muros de plantas, os joelhos dobrados, cabelos caídos, mãos no rosto, lágrima nos olhos, mochila do lado, lá ficou.
Então o ouviu e se assustou: ninguém a viu chorar, porque a primeira vez seria um estranho? Levantou-se segurando sua mão, pegou a bolsa do chão disse um tímido ‘obrigada’ e se foi. Ele riu.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

"Isto é para quando você vier e sentir o temor de continuar procurando, mesmo já tendo ido longe demais. Ele deve ter lhe falado dos portos que visitou, do que viu pelo mundo, sempre um pouco mais além numa busca sem fim e circular, e do que trouxe para casa, não os objetos que passaram a assombrar a mãe depois da sua morte, mas o que lhe marcou os olhos para sempre, deixando-lhe aquela expressão que ele tentava disfarçar em vão e que eu apreendi quando chegou a Carolina na distração do seu cansaço, os olhos que traziam o que ele tinha visto pelo mundo, a morte de um ladrão a chibatadas numa cidade da Arábia, o terror de um menino operado pelo próprio pai, a entrega dos que lhe pediam que os levasse com ele, para onde quer que fosse, como se dele esperassem a salvação. Ele me disse que ninguém pode imaginar a tristeza e o horror de ser tomado como salvação por quem prefere se entregar sem defesas ao primeiro que aparece, quem sabe um predador, a ter que continuar onde está. E eu imaginei.
Ao contrário de você, a única coisa que ainda me pergunto é sobre o momento em que ele entendeu que estava perdido, quando passou a sentir que alguém pudesse ver nele a salvação, o momento em que entendeu que tudo podia ser ainda muito pior e que havia gente abaixo dele na sua escala de aviltamento. Porque talvez tenha sido esse o instante em que ele decidiu que desceria também, sempre um pouco mais, nem que fosse para lhes dar a mão. E quando precisou que eu lhe estendesse a minha, já não estava ao meu alcance. Penso em como são formadas as personalidades peculiares. Se são como as outras, se são como nós. O que pode ter passado um homem na infância para trazer uma cicatriz daquelas na barriga? Que espécie de sofrimento o pôs em sintonia com um mundo pior que o seu?"

bernardo carvalho_ nove noites