domingo, 28 de setembro de 2008

A religião convenceu mesmo as pessoas de que existe um homem invisível - que mora no céu - que observa tudo que você faz, a cada minuto de cada dia. E o homem invisível tem uma lista especial com dez coisas que ele não quer que você faça. E, se você fizer alguma dessas dez coisas, ele tem um lugar especial, cheio de fogo e fumaça, e de tortura e angústia, para onde vai mandá-lo, para que você sofra e queime e sufoque e grite e chore para todo o sempre, até o fim dos tempos... Mas Ele ama você!

George Carlin

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

"Eu disse uma vez que escrever é uma maldição. (...) Hoje repito: é uma maldição, mas uma maldição que salva. Não estou me referindo a escrever para jornal. Mas escrever aquilo que eventualmente pode se transformar num conto ou num romance. É uma maldição porque obriga e arrasta como um vício penoso do qual é quase possível se livrar, pois nada o substitui. E é uma salvação. Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que se escreva. Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada... Lembrando-me agora com saudade da dor de escrever livros."

clarice lispector

domingo, 21 de setembro de 2008

Estou à procura dos velhos cabelos brancos, das velhas rugas e do andar cansado. Das crianças descalças, sem camisa – ou com ela rasgada – correndo na rua e ouvindo xingamento dos carros que por ali passam. Mas nada é como era, certo? Já vi muita dessas cenas, mas na outra rua vejo as ‘crianças século vinte e um’ com suas Barbies na mão, chorando pela coroa e rindo das outras. As pessoas não mudam, não por vontade própria – dá muito trabalho, igual ao barbante laçado ao braço: pra que tirar se não atrapalha? Mas começou a encher, agora como faço pra mudar? Eles realmente têm medo, porém eu sou somente alguém que não gosta de ser quem é, da vida que tem e os admira por tantos amigos e pela saudade que sentirá dos mesmos. Eu não chorei e os invejei por ter algo que os fará falta. Os invejei por tantas coisas. Apesar de serem assim, tão normais, são. E agora fico me perguntando: seria, eu, o vermelho ou as tantas outras cores? Farei eu falta pra eles com imagino que farão pra mim? Se lembrarão de mim como a menina estranha, tímida e quieta? Não é o que quero – é o que sou. Mas não totalmente, oras, quem me conhece sabe. O resto? O resto tem medo de saber.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Confusão é tudo que há me desculpe, mas é o que é. Passado presente futuro. Não há mais o que falar. Passado presente futuro e o ser humano tentando descobrir o mundo. Não escrevo o que pedem, não escrevo as novidades do dia, porque escreveria? Notícias nos jornais são tão iguais que nem preciso ver para saber o que está havendo. Ou mundo melhora agora, ou não. Chegou ao seu ápice, o pico mais alto, ao topo da cadeia alimentar. Lembro-me de anos atrás pensar: “ah, mas quando crescer não será mais assim, as pessoas perceberão que isso é ridículo.” Pois é, piorou. E não, o mundo não vai acabar em dois mil e doze. Mas o presente o passado e o futuro sempre em pauta, a confusão como companheira principal e o mais engraçado é que não há o que decidir – somos meros seres humano vivendo algo que nos foi dado, toda decisão trará bom e mau caminho como continuação então porque me preocupar? Fazer o que deveríamos é o certo, mas ah é engraçado. E sim, tudo isso é repetição do passado. Passado presente futuro, comédia.

domingo, 7 de setembro de 2008

Ser ou não ser eis a questão O futuro não tão distante e o destino em minhas mãos O erro que tudo muda a emoção da carta ridícula Fernando Pessoa já dizia O tédio o medo a preocupação cadê a coesão? Um texto sem sentido é o texto mais bonito Um tema inexistente um assunto sempre presente A falta de virgulas e ponto final mostra minha confusão a letra maiuscula mostra que nem tudo se resume a essa fusão Ser e não ser diz o irmão Querer e não agir agir sem conseguir Deixo pra lá o que tiver de ser será Um pensamento ridículo assim o destino onde está? Mãos estrelas não há?! Bonecos dançantes são guiados Bonecas de pano se desembaraçam sem ajuda O futuro acabado o passado no presente o presente mal embrulhado.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Hoje seu dia fora um tanto quanto complicado, não conseguira fingir o bem estar desta vez mas ficou admirada pela atitude das amigas, que desta vez não ficaram perguntando e perguntando o que houve, mas me fizeram sentir à vontade para falar ou não, obrigada.
E claro, não posso deixar de comentar como piorei por causa de um professor e não é qualquer professor, é aquele que mais gostava. Parece que tudo foi de propósito:
- E você, quanto que acertou no enem?
- 30.
- Que bosta hein?
- Eu sei... – o seu estado não a deixou puxar assunto mas tudo bem, ela realmente poderia ter ido melhor;
E a aula foi passando quando perdem a paciência:
- E vocês, seus bostas que acertam trinta no enem e ficam aí falando. Vocês acham que tem futuro? Vocês vão ganhar menos de mil por mês, morar num condomínio podre, serão empregados de uma firma qualquer, porque não desistem logo? – bate o sinal – Tchau para os acima de cinqüenta e para os bostas de trinta.
Claro que foi mais do que isso, ou talvez ouvindo o tom da voz tenha parecido mais intenso mas ela ficara inconformada. Já tinha notado a diferença do professor no começo do ano, um tanto mais sério afinal, terceiro colegial. Nunca pensara que chegaria a este ponto, onde não tinha escapatória – ela estava ali no meio e por isso teve de segurar o choro. Decepção. Como se tudo fosse realmente sua culpa e não culpa do governo, que só faz enem para roubar seu dinheiro.
Tudo bem, ela sabe que essa opinião não pode fazer diferença em sua vida, afinal, os elogios a gente guarda por um tempo, as críticas, nós vemos se valem a pena jogar ou não no lixo: essa vai direto pro esgoto.Porém ela também não irá mentir: isso mexeu muito com ela, por ser o professor que ela mais gostava e por ela já não estar bem. O que faz um professor mandar um aluno a desistir da vida que ele sonha? O engraçado é que ela sempre pensa nisso todo o dia, desistir e aí ouve algo assim e percebe que só falta a coragem. Coragem da qual ela faz questão de não ter, não irá desistir não importa o que faça o ano que vem. Não vou, me recuso.
Falando nisso, vai saber o que ela quer o ano que vem só sei que ela concorda com a amiga, o professor é um empregado. Aí imaginaram como será seu filho, coitado, terá de tirar notas altas ou será um bosta. Mas agora ela só se lembra da pomba morta, na qual quase pisara, antes de ver o cérebro da pobre coitada. Só mais uma vítima desse mundo de merda.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Hoje não estou com vontade de escrever, já há nada para dizer. Os dias não mudam as horas não passam e o que fica? Ah, esse detalhe não posso lhe falar. Mas é, os dias não mudam e todo vestido é igual.
Há tempos estava naquele estado ‘insano’, tanto que o escrito fora totalmente de momento – mas nem tanto, se fosse: adeus você. Talvez esteja perdendo minha habilidade de escrever agora que eles conseguem ver, como sempre aconteceu. Mas sempre?! Ah sempre, me lembro agora.
Lembro-me também de ontem, esse dia não vai sair da minha cabeça – não sei o que houve. Mas lembro - e não me importo pela repetição de palavras – do pensamento de personalidades. Eu no caso, tenho duas: a renata e a rezitcha. Causadoras de problemas, é só estando pra entender, não tenho coragem de explicar. Sim, sou um tanto covarde, mas isso não deve ser novidade pra você. O mais engraçado em ‘nada tenho pra escrever pois é tudo sempre igual’ é que, todo dia toda hora estou pensando e muitas vezes o pensamento eu guardo para escrever e são tantos pensamentos que me esqueço assim, facilmente. Quem sabe um outro dia uma outra hora voltarei a escrever como antes, mas o sonho é escrever melhor, sempre. E que fique claro que ‘nem por você nem por ninguém eu me desfaço dos meus planos’ é a transformação da renata em rezitcha.
Taí, talvez não tenha dupla personalidade talvez seja só a renata sendo mais a renata, e pela mudança do pensar, penso que sou outra, a rezitcha.